O tumor de mama é uma das neoplasias mais comuns em fêmeas adultas ou idosas. O risco é agravado nas seguintes situações:
Animais não castrados – caso a fêmea venha a ser castrada antes do primeiro cio o risco é muito baixo (cerca de 0,5%), sobe para 8,0% caso seja castrada após o primeiro cio e chega a quase 30% caso venha a ser castrada após o segundo cio;
Fêmeas que receberam alimentação rica em gordura ou rica em proteínas como carne bovina ou suína antes do primeiro cio;
Pacientes que nunca tiveram filhotes e não foram castradas;
Fêmeas que receberam anticoncepcional (progestágenos exócrinos);
Pacientes com cistos ovarianos ou pseudogestação (gestação psicológica).
A cadeia mamária é formada por 4-5 mamas de cada lado, sendo que as mais acometidas pela neoplasia são as duas mamas caudais. O diagnóstico é realizado pelo exame clínico e histórico da paciente. O tratamento de eleição é a retirada cirúrgica de uma das cadeias mamárias e se possível castração concomitante. Caso as duas cadeias mamárias estejam comprometidas são necessários dois procedimentos cirúrgicos para resolução total. Sugere-se que o material seja enviado para biópsia a fim de determinar o tipo de tumor e prognóstico. Também temos opção de quimioterapia, radioterapia e imunoterapia em alguns casos.
Antes do procedimento, é necessária a realização de exames complementares. O raio x de tórax é muito importante para determinar a existência de metástases pulmonares e assim avaliação do risco trans-operatório. Exames de sangue também se fazem necessários, assim como check up cardíaco. Muitas vezes quando são diagnosticadas metástases pulmonares com comprometimento severo da função respiratória, opta-se pela não realização da cirurgia. Nesses casos o risco no trans-operatório é muito grande e a qualidade de vida pós-operatória fica comprometida.
O prognóstico varia de acordo com o tipo de tumor e grau de evolução. Assim a melhor forma de prevenção está na castração precoce quando não houver intenção de reproduzir, evitar uso de anticoncepcionais injetáveis ou orais, palpação freqüente da região, alimentação balanceada e revisões periódicas no veterinário.
Fotos: a bulldoguinha da foto chama-se Gorda, tem 9 anos e foi vítima de maus-tratos e abandono. Veio à clínica recentemente apresentando um tumor de mama grande sem comprometimento pulmonar ao raio x e sem alterações ao exame de sangue. Foi adotada por nós e realizou a primeira cirurgia, se recupera bem. Agora ela está mais gordinha e bem mais feliz.
Dra. Viviane Dubal – CRMV/RS 8844
Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e proprietária da Clinica Veterinária Saúde Animal em Porto Alegre. Contato: vivianesd@bol.com.br
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