O peito escavado é uma deformidade da parede torácica que consiste em um estreitamento do tórax do animal. Não se sabe ao certo as causas para sua ocorrência. Mas se pode afirmar maior ocorrência em cães braquicefálicos (bulldogs, pugs). Observa-se que muitos cães que apresentam peito escavado podem também evidenciar um problema traqueal chamado hipoplasia de traquéia (traquéia bem mais estreita que o normal). Mesmo não tendo ainda sua causa esclarecida, não se aconselha o cruzamento de animais com este problema, assim a castração é indicada para machos e fêmeas.
O paciente que apresenta este quadro pode ter alterações respiratórias e/ou cardíacas. Os distúrbios circulatórios podem ocorrer por anomalias no posicionamento do coração que leva à compressão de vasos sanguíneos de grosso calibre prejudicando a circulação sanguínea corporal. Os sinais clínicos são verificados logo após o nascimento, podemos observar ninhadas inteiras apresentando o mesmo problema. Muitos animais apresentam apenas a normalidade visível do estreitamento torácico, mas não se mantêm assintomáticos por toda a vida. Os sintomas mais comuns são intolerância ao exercício, magreza, vômitos, tosse persistente.
Quando chegam ao consultório, geralmente, os proprietários já verificaram a alteração externa do problema. O diagnóstico é conduzido pelo exame clinico completo e radiografias de tórax. O raio x tem como objetivo verificar a extensão estreitamento, comprometimento da traquéia, posicionamento do coração e possível alteração pulmonar. Muitas vezes exames complementares como eletrocardiograma, ecocardiografia e exames de sangue são necessários.
O tratamento deve ser feito conforme a avaliação do veterinário e idade do paciente. Caso tenhamos um animal bem jovem com peito chato, pode-se proceder à confecção de tala torácica a fim da tentativa da correção da deformidade, sem necessidade de cirurgia. Geralmente opta-se por outros tratamentos quando a saúde do paciente está sofrendo conseqüências pela deformidade. Nesses casos optamos por colocação de tala cirúrgica ou outras técnicas cirúrgicas dependendo do caso.
Dra. Viviane Dubal – CRMV/RS 8844
Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e proprietária da Clinica Veterinária Saúde Animal em Porto Alegre.
Contato: vivianesd@bol.com.br
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