O olho seco é uma condição muito vista na rotina clínica. Consiste em uma deficiência na porção aquosa do filme lacrimal, resultando em ressecamento do olho e muitas vezes inflamação do local com produção abundante de secreção. Várias raças são acometidas, sendo o bulldog inglês uma das raças mais comuns. Não há hereditariedade – herança genética do pai ou da mãe – comprovadamente relacionada, assim sua apresentação é individual de cada cão. Os sinais clínicos apresentados são:
• Secreção ocular purulenta, principalmente ao acordar; • Hiperemia (vermelhidão) do olho; • Pigmentação do olho; • Aparecimento de úlceras de córnea.
O diagnóstico é realizado pelo médico veterinário – de preferência um especialista em oftalmologia – através do exame detalhado do olho. Utiliza-se o Teste Lacrimal de Schirmer que determina quantidade de lágrima produzida, quando a produção é inferior ao mínimo aceitável determina-se a presença do olho seco. Também utilizamos colírios específicos para diagnosticar úlceras de córnea que são uma conseqüência do olho seco. O tratamento utilizado inclui o uso de colírios por algum tempo enquanto outros são mantidos como uso contínuo. É importante a realização do tratamento corretamente, e fundamental que o colírio de uso contínuo seja mantido, mesmo que o cão melhore e pareça ter seu problema sanado.
O olho seco é uma patologia que tem tratamento, mas não uma resolução definitiva que exclua o uso de colírios ou pomadas oftálmicas. Assim exige uma manutenção constante do filme lacrimal do olho, pois caso as medicações sejam retiradas a deficiência na produção da lagrima irá retornar e o olho seco também.
Foto: bulldog inglês fêmea com olho seco e úlcera de córnea na porção inferior, olho está corado com colírio de Fluoresceína (cor alaranjada) que permite a identificação da lesão na córnea.
Dra. Viviane Dubal – CRMV/RS 8844
Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e proprietária da Clinica Veterinária Saúde Animal em Porto Alegre.
Contato: vivianesd@bol.com.br
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