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Epilepsia canina


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A epilepsia canina é uma alteração cerebral que se manifesta por crises convulsivas sem modificações na estrutura do cérebro, as mudanças se dão em termos de funcionamento do mesmo. Mais comumente o problema aparece entre os 6 meses de vida e os 3 anos e as raças mais acometidas são os Beagles, Pastores (Alemães, Belgas, Australianos), Labradores, entre outros. As crises convulsivas comumente ocorrem no período da noite e da manhã e são caracterizadas por salivação, rigidez muscular, tremores musculares com movimentos de pedalagem e vocalização, em grande parte das convulsões os animais urinam e defecam durante a crise. Logo após esse período, o cão fica desorientado e confuso, parecendo ter ficado cego e não reconhecendo os donos, a recuperação pode durar de alguns minutos até o período de 24 horas. A severidade da epilepsia varia de acordo com a idade em que se manifesta, cães mais jovens tendem a apresentar quadros mais severos e refratários à medicação, muitas vezes tendo que associar várias delas para se obter o resultado desejado. Sabe-se que animais que manifestam o problema com menos de 2 anos de vida têm um quadro mais severo e nem sempre responsivo adequadamente às medicações e aqueles com mais de 2 anos respondem melhor e muitas vezes nem precisam ser tratados. Para diferenciar epilepsia de doença intracraniana (como por exemplo tumor cerebral) deve-se verificar a presença de outros sinais neurológicos como alterações no caminhar, pupilas dilatadas, etc.  Cada crise convulsiva pode levar a perdas neuronais, por isso o tratamento deve ser iniciado logo após estabelecido o diagnóstico, para que evite-se perdas nervosas e déficits no animal. Quando o paciente é submetido ao tratamento pode ocorrer ganho de peso em decorrência das medicações, então recomenda-se controle constante do peso. Também se deve atentar para a quantia de sal na dieta, já que a presença excessiva deste item na alimentação pode levar à excreção de alguns fármacos e resultado ineficiente do tratamento. É importante que proprietários de animais epilépticos preparem os locais onde o cão costuma ficar para possíveis crises convulsivas: retirar objetos contundentes, evitar objetos que venham a cair no animal durante a crise, tornar o ambiente agradável e calmo com presença de almofadas, edredrons. A epilepsia tem um componente genético, então se deve verificar a possibilidade dos pais apresentarem a mesma patologia. Sendo assim recomenda-se castração dos animais epilépticos, a fim de evitar que passem aos filhotes e também para evitar estresse durante o cio que pode desencadear novas crises. Válido para fêmeas e machos, já que o macho também fica bastante agitado quando há alguma fêmea próxima no cio quando o mesmo não é castrado. Caso tenha-se um cão que esta sob tratamento, desaconselha-se a interrupção repentina da medicação, já que pode ser um fator desencadeante de novas convulsões. O tratamento quando iniciado leva entre 10 e 20 dias para que níveis séricos das drogas sejam atingidos e nesse período pode haver novas crises (muitas medicações levam até meses para níveis sanguíneos adequados). O controle convulsivo com medicações visa reduzir o número de convulsões, já que a eliminação por completo da sua ocorrência geralmente não é atingido. Busca-se que o animal tenha menos de uma crise a cada 2 meses, assim já é possível considerar como uma epilepsia controlada. Vale lembrar que embora a crise convulsiva seja assustadora para os donos e para os cães, esta doença apresenta formas de controle muito eficientes que permitem ao paciente uma vida normal. Nestes casos o dono e o cão precisam trabalhar em equipe com o compromisso na administração correta das medicações.


Dra. Viviane Dubal – CRMV/RS 8844

Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e proprietária da Clinica Veterinária Saúde Animal em Porto Alegre. Contato: vivianesd@bol.com.br

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