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Danka – uma bulldog especial

Segue abaixo um relato que recebi por e-mail da Rosângela, uma bulldogueira mais que especial, mãe da Danka.

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Junho/08 – De um canil onde comprei uma Pug com problemas nos olhinhos e que não podia procriar, recebi um recado no Orkut pedindo que eu entrasse em contato.

Entrei em contato e me disseram algo sobre um bulldog. A ligação estava ruim, não entendia direito. À medida que consegui ouvir melhor entendi que tratava-se da doação de uma bulldog fêmea de 2 meses que apresentava algum problema na pata. Perguntaram se eu queria e eu respondi que sim. Antes de mais nada protejo os animais sempre que posso e caso não pudesse ficar com ela com certeza arrumaria uma pessoa que pudesse, emocional e financeiramente falando.

Cheguei a conversar com uma veterinária sobre o caso, mesmo antes de ver o filhotinho. Ela disse que seria difícil alguem que quisesse a cadelinha (mesmo um bulldog), com problemas ortopédicos.

Faltei ½ período no trabalho e fui para Santo André com meu filho, num calor infernal. Aguardamos no ponto de encontro (um hipermercado da região) e eles chegaram. Fui conhecer o filhote. Era uma bulldoguinha pequena, quase toda branca com a patinha esquerda levemente dobrada. Agradeci, coloquei-a no meu colo e vim para casa. Ela dormiu no caminho. Eu resolvii ficar com ela.

Chegando aqui a colocamos para andar e aí vimos: suas patas dianteiras não firmavam no chão. A direita ela usava quase que totalmente na horizontal (como se nadasse), e a esquerda apresentava o maior problema. De tão dobradinha e curta a cadelinha apoiava-se numa parte do pequeno bracinho. É como se ela tivesse a pata presa diretamente no “cotovelo”. Num primeiro momento ficamos receosos, mas a partir do momento que ela não demonstrava dor para andar e pelo contrário, era até ágil, ficamos mais sossegados.  Meu marido chegou. Eu havia resolvido ficar com ela, mas e ele? Bem, ele a viu, fez carinho e disse: “tudo bem, nós vamos consertar você”. Eu o amei mais nesse momento…

Levei-a nessa mesma veterinária (que falei sobre a doação anteriormente) e ela disse que o problema era sério, que deveria procurar um ortopedista e que me preparasse, pois gastaria muito em qualquer cirurgia ortopédica (por volta de R$ 3000,00). Fiquei preocupada mas o que fazer? Bem, providenciei as vacinas e tão logo ela estava imunizada (ago/08, aos 4 meses), pedi à uma amiga que levasse a Danka na USP, pois disseram que o Hospital Veterinário de lá era muito bom.

Minha amiga e minha filha levaram a Danka que não passou do setor de triagem. Foi apenas agendado um raio X para quase um mês depois. Fiquei desapontada mas não desisti. Procurei na internet informações sobre a USP, telefones, ortopedistas, enfim, precisava fazer algo. Foi então que consegui o e-mail do Dr. Cássio. Não sabia se estava ativo, se me responderia, mas náo tinha nada a perder. Contei sobre o problema dela assim como sobre meu desapontamento e frustração com a primeira consulta. Não é que ele me respondeu? Deu-me o telefone para que agendasse, diretamente com sua equipe (Cirugia Ortopédica)  outra consulta que ocorreu no dia 09/09/2008. Tiraram raios X e o próprio Dr. Cássio, que é normalmente bem ocupado, veio examiná-la. A partir daí fomos mês a mês nas consultas pois estavam acompanhando o crescimento dela para definir, se fosse o caso, o melhor momento de fazer alguma intervenção cirúrgica. Os médicos olhavam para ela e para as chapas com dúvidas, perguntando: “- O que faremos com vc, Danka?”. Outras pessoas e médicos que nos conheciam eram contra a cirurgia: “É um risco desnecessário”; “Ela já aprendeu a ficar assim, tem até calo”; etc, mas eu me preocupava com a coluna pois ela andava com uma inclinação menor que 45º graus. Sei que problemas e dores na coluna são terríveis.

Fiquei desempregada em janeiro e nessa mesma época a equipe do Dr. Cássio resolveu colocar uma “tala” na pata direita (a melhorzinha), para ver se ela começava a apoiar o peso (mesmo sem o tal parafuso), pois no momento que operasse a patinha esquerda precisaria do apoio desta. Lá obtive algumas facilidades financeiras, por exemplo, se vc não pode pagar fica devendo e paga da outra vez (ufa!). Para nossa surpresa com a tala ela um tratorzinho veloz dentro de casa. Ainda apoiava no “cotovelo” da outra pata mas parecia mais confiante. Nosso gato sentiu essa melhora ‘na pele”, porquê ela quase o alcançava nas corridas..rs

Trocamos a tala duas vezes e e a equipe médica ficou satisfeita com os resultados. Viram que ela estava utilizando mais a pata como apoio. Isso era muito bom e com os raios X, que mostraram uma redução no ritmo de crescimento acharam que a cirurgia estava próxima e me ligariam para agendar. Era necessário que a equipe analisasse a situação toda e definisse o que seria feito. Isso foi em 20/02/2009. Achei que não ligariam mas no dia 16/03 a Dra. Daniela ligou e avisou que a cirurgia seria no dia 30/03, mas que antes, no dia 25, eu deveria levar a Danka para colher sangue e obter mais dados sobre a cirurgia. Preocupada perguntei quais as consequencias de fazer ou não a cirurgia e ela disse que se não fizesse a patinha teria que ser amputada por causa do problema posterior na coluna e se fizesse, tanto poderia melhorar como também poderia não surtir muito efeito. Bem, dia 25 eu conversaria melhor com eles e saberia o fazer, tanto no aspecto financeiro (estava desempregada ha 3 meses), quanto na definição da cirurgia. Preocupada com o sucesso ou fracasso do procedimento, nesse dia abri um tópico na comunidade Buldogue Inglês e o pessoal foi solidário, dando alguns testemunhos, apoio e incentivo.

Chegou o dia 25 e fizemos o tal exame de sangue. Deram-me algumas informações do que seria feito. Na verdade na própria cirurgia é que teriam uma idéia melhor.  Contaram-se que esse é um caso raro e que quando surge muitos donos optam por não fazer a cirurgia (partem para a eutanásia ou deixam como está). Tive que comprar externamente a prótese que seria usada. A técnica utilizada é uma tal de “Ilizarov”. No dia da cirurgia fui sozinha. No meio do caminho, vendo aquela carinha que só bulldog tem me deu pânico. Não sabia se prosseguia ou se dava ½ volta e ía para casa. Resolvei prosseguir. Ainda na USP, ás 07:30, estava na dúvida, preocupada (ha 2 anos atrás perdi minha Greta numa cirurgia de castração, que à princípio é mais simples – eu estava apavorada).

Resolvi seguir os sinais: primeiro: o anestesista que o Dr. Cássio queria é que acompanharia a cirurgia; Segundo: duas simpáticas senhoras vieram conversar comigo e ambas já tiveram (vários) cães operados na USP sem qq problema. Fui melhorando. Terceiro sinal: Uma outra senhora chegou com uma york de 7 anos que foi operada tb pela equipe de ortopedia ha 4 anos atrás e estava lá, perfeitinha, saudável.

Bem, chegou a hora, eu a entreguei e fui cuidar dos assuntos financeiros, que diga-se de passagem, foram bem flexibilizados, graças a Deus.

Levei lanche, livro e músicas, afinal só sairia de lá com ela. A cirurgia começou por volta das 09:00h e terminou às 11:00. Levaram-me para vê-la assim que acordou, sob o efeito ainda da anestesia. Esperei mais 1 hora, mandaram tirar mais um raio X (mais 1 hora…) e viemos para casa. Chegando aqui ela comeu, bebeu água, fez suas necessidades (aquelas que só buldogues fazem…). Estava bem até por conta da sedação toda. Começou nesse mesmo dia a tomar vários remédios (anti-inflamatórios, antibióticos, analgésicos).

Apesar de fazermos uma parte do procedimento em casa (rotação dos anéis colocados para que o osso fique reto), temos ido quase que diariamente à USP para acompanhamento médico, pois assim que os ‘anéis” estiverem paralelos ela passará pela próxima cirurgia. As pessoas da comunidade Bulldog Inglês têm sido ótimas. Ofereceram-se para ajudar e estão se mobilizando para comprar um carrinho de passeio para a Danka. Conheci novos amigos e muitos bochechudos lindos. Tudo ainda é virtual mas a hora que a Danka puder sair faço questão de conhecê-los pessoalmente.

Amanhã temos uma nova consulta e exames de Raio X que definirão a data da próxima cirurgia.

Sábado a Danka completou seu primeiro ano. O que desejo? Somente que ela se recupere tão bem quanto agora e que volte para mim após cada procedimento. Perfeição? Ela é perfeita, só estamos tentando melhorar sua qualidade de vida.

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Danka antes da cirurgia


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Assim que saiu e recuperou-se da anestesia


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Em casa no dia 30/03


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Numa das vezes trocando o curativo na USP


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Os tais “anéis”, que deixarão o osso reto:



E a perfeição ♥

E a perfeição ♥


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